sexta-feira, 5 de setembro de 2014

ROSE, Steven P. R. O cérebro do século XXI: como entender, manipular e desenvolver a mente. São Paulo: Globo, 2006. 371 p. Utilizamos alguns textos desse bom livro, mas falarei em especial do capitulo 10 (dez), chamado Modulação da mente: conserto ou manipulação?

Boa noite.
Escrevo sobre o terceiro texto da nossa disciplina, extraído do livro: ROSE, Steven P. R. O cérebro do século XXI: como entender, manipular e desenvolver a mente. São Paulo: Globo, 2006. 371 p. Utilizamos alguns textos desse bom livro, mas falarei em especial do capitulo 10 (dez), chamado Modulação da mente: conserto ou manipulação?
O autor abre o texto com questionamentos a respeito de biotecnologias novas/ descobertas e pesquisadores animados com tal “fenômeno”, mas chama a atenção para a aplicação mais concisa para o interesse social de tais descobertas. Sendo assim, o texto não é um levante contra a produção técnica científica ou acadêmica, mas é uma tentativa de reflexão sobre a relação entre o conhecimento produzido nas academias e como os utilizamos e divulgamos. Além do mais o autor faz um paralelo entre uma indústria que explora uma sociedade que pouco ou nada se questiona sobre a real fundamentação da produção de certos “itens” que a mesma consome sem um estudo teórico mais abrangente. Como exemplo, temos no capítulo uma boa discussão a respeito das chamadas “drogas espertas” onde se busca o aumento cognitivo a partir de uma série de “melhoras artificiais”, tais buscas envolvem a cura do mal de Alzheimer, mas sem levar em conta que esse é um processo do envelhecimento, pelo menos sem levar em conta da forma como se deveria levar. Trata-se, portanto, de uma sociedade que criou uma demanda  por tais métodos “super humanos” nos processos de cognição, como uma busca por uma super memória aos 80 anos, mas esquecendo que isso também faz parte da vida. A concorrência desenfreada dos dias atuais parece fomentar tais mercados produtores de intensificadores de cognição, devido à cobrança interativa cada vez mais severa da vida em sociedade, uma intensificação da memória ou mesmo outros sentidos nos são cobrados dia a dia e, às vezes, de forma individual, sem se pensar muito, no coletivo ou nos fatores que iniciam tal corrida em busca de “melhorias” deixamos de lado a teoria, que é outra reclamação, digamos assim, dentro do texto. Mesmo nos métodos de produção de tais desenvolvedores/ melhoradores de cognição, como exemplo voltamos aos testes em animais, para o caso do mal de Alzheimer, que são testados e desenvolvidos de forma parcial e pouco efetiva, como alerta o autor, sendo assim existe a instabilidade nos processos, tanto de produção quanto de consumo, mas nem assim, deixasse de consumir. Dai advêm certos questionamentos se pensarmos numa sociedade que se recusa a envelhecer. Isso me lembra da necessidade de uma sociedade mais voltada qualidade de vida e não aos milagres "futuros" da medicina. A tênue linha entre corrigir deficiências e melhorar a "normalidade", mas creio que já tenhamos passado essa linha, ou simplesmente a ignoramos socialmente, num meio onde o “normal” não é mais suficiente ou aceitável em certos padrões tiramos os problemas do social e os colocamos no indivíduo. Esse exemplo é mais bem explorado no caso do assim chamado déficit de atenção Identificado nas crianças "incapacitadas" e o aumento da pressão para receitar a droga (ritalina), essas crianças, como colocadas no texto, vivem num mundo tecnicamente perfeito, pois é o que se toma como pré-suposto, para clinica- las. Ou seja, o problema, passível de “resolução” com a ritalina, é sempre da criança, que é inquieta, sem atenção nas aulas e incorrigível. Até que vem uma indústria oferecer uma cura mágica pouco ou nada questionável socialmente, que resolva os problemas de uma sociedade “perfeita” e olhem as aspas finais desse texto como ironia, por favor.



Até o próximo rascunho. Obrigado.

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