Boa noite.
Escrevo sobre o terceiro texto da nossa disciplina, extraído
do livro: ROSE,
Steven P. R. O cérebro do século XXI: como entender, manipular e desenvolver a mente. São Paulo: Globo, 2006. 371 p. Utilizamos
alguns textos desse bom livro, mas falarei em especial do capitulo 10 (dez),
chamado Modulação da mente: conserto ou manipulação?
O autor abre o texto com questionamentos a respeito de
biotecnologias novas/ descobertas e pesquisadores animados com tal “fenômeno”,
mas chama a atenção para a aplicação mais concisa para o interesse social de
tais descobertas. Sendo assim, o texto não é um levante contra a produção
técnica científica ou acadêmica, mas é uma tentativa de reflexão sobre a
relação entre o conhecimento produzido nas academias e como os utilizamos e
divulgamos. Além do mais o autor faz um paralelo entre uma indústria que
explora uma sociedade que pouco ou nada se questiona sobre a real fundamentação
da produção de certos “itens” que a mesma consome sem um estudo teórico mais
abrangente. Como exemplo, temos no capítulo uma boa discussão a respeito das
chamadas “drogas espertas” onde se busca o aumento cognitivo a partir de uma série
de “melhoras artificiais”, tais buscas envolvem a cura do mal de Alzheimer, mas
sem levar em conta que esse é um processo do envelhecimento, pelo menos sem
levar em conta da forma como se deveria levar. Trata-se, portanto, de uma
sociedade que criou uma demanda por tais
métodos “super humanos” nos processos de cognição, como uma busca por uma super
memória aos 80 anos, mas esquecendo que isso também faz parte da vida. A concorrência
desenfreada dos dias atuais parece fomentar tais mercados produtores de
intensificadores de cognição, devido à cobrança interativa cada vez mais severa
da vida em sociedade, uma intensificação da memória ou mesmo outros sentidos
nos são cobrados dia a dia e, às vezes, de forma individual, sem se pensar
muito, no coletivo ou nos fatores que iniciam tal corrida em busca de “melhorias”
deixamos de lado a teoria, que é outra reclamação, digamos assim, dentro do
texto. Mesmo nos métodos de produção de tais desenvolvedores/ melhoradores de
cognição, como exemplo voltamos aos testes em animais, para o caso do mal de
Alzheimer, que são testados e desenvolvidos de forma parcial e pouco efetiva,
como alerta o autor, sendo assim existe a instabilidade nos processos, tanto de
produção quanto de consumo, mas nem assim, deixasse de consumir. Dai advêm
certos questionamentos se pensarmos numa sociedade que se recusa a envelhecer.
Isso me lembra da necessidade de uma sociedade mais voltada qualidade de vida e
não aos milagres "futuros" da medicina. A tênue linha entre corrigir
deficiências e melhorar a "normalidade", mas creio que já tenhamos
passado essa linha, ou simplesmente a ignoramos socialmente, num meio onde o “normal”
não é mais suficiente ou aceitável em certos padrões tiramos os problemas do
social e os colocamos no indivíduo. Esse exemplo é mais bem explorado no caso
do assim chamado déficit de atenção Identificado nas crianças
"incapacitadas" e o aumento da pressão para receitar a droga
(ritalina), essas crianças, como colocadas no texto, vivem num mundo
tecnicamente perfeito, pois é o que se toma como pré-suposto, para clinica- las.
Ou seja, o problema, passível de “resolução” com a ritalina, é sempre da
criança, que é inquieta, sem atenção nas aulas e incorrigível. Até que vem uma
indústria oferecer uma cura mágica pouco ou nada questionável socialmente, que
resolva os problemas de uma sociedade “perfeita” e olhem as aspas finais desse texto como ironia,
por favor.
Até o próximo rascunho. Obrigado.
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