Susan Cain - O poder dos quietosSusan Cain - O poder dos quietos.
Hoje
falarei de algumas partes do livro acima mencionado. Livro esse de fácil e
agradável leitura, pois a autora fala de forma clara e direta, por meio, muita
vezes, de exemplos pessoais. Essa forma de narrar acaba por nos prender e nos identificar
com seu texto.
Logo
na introdução: o norte e o sul do temperamento, a autora dá como exemplo um dos
marcos mais emblemáticos dos movimentos civis nos Estados Unidos da América, o
exemplo de Rosa Parks,uma mulher negra, em janeiro de 1955, quando se recusa a
dar assento a um homem branco no onibus Rosa Parks foi presa. Julgada por
atentado a ordem pública o que desencadeou um gigantesco boicote aos onibus que
durou 381 dias, além do apoio de mais de cinco mil pessoas na Associação para o
Desenvolvimento de Montgomery, que promoveu o protesto a favor de Rosa Parks na
Igreja batista de Hold Street, parte pobre da cidade. Mas do lado de fora da
igreja ainda tinham muitas pessoas ouvindo o reverendo Martin Luther King Jr.
que falou a multidão de forma empolgante, elogiando a coragem de Rosa. Presa
devido às leis da época que diziam que uma pessoa negra deveria ceder assento a
um branco quando "solicitado" nos onibus. Esse primeiro exemplo é
muito rico para a análise que se desenvolve a partir dele e, mostra que uma
pessoa dita "sossegada e quieta" ao lado de outra de fala eloquente e
extrovertida, juntas num mesmo movimento ou momento. A autora fala que mesmo
uma pessoa quieta pode desencadear um movimento tão forte, com a ajuda de um
grande orador e, mostra também a situação inversa, onde o grande orador
precisou desta pessoa introvertida, ou seja, elas se complementaram.
Susan Cain, chama atenção para ao
adjetivos empregados na descrição de Rosa Parks, tanto em sua alto biografia,
quanto em outros documentos. Cain se questiona sobre o fato de uma pessoas ser
ao mesmo tempo tímida e corajosa, ou "uma força silenciosa". Bem,
essa introdução sobre o tipo de pessoa "quieta" que foi Rosa Park,
serve de introdução para a autora falar daquilo que em sua obra são os pontos
altos da personalidade humana: introversão e extroversão. Como visto no titulo
da obra os ditos quietos receberam grande atenção e são o maior, mas não o
único, objeto de estudo da autora. As pessoas ditas quietas são analisadas em
sua narrativa sob um olhar de: pessoas que conquistam ou conquistaram coisas
não "apesar de", mas por "causa de" sua introversão. O
tempo presente se ganha vida no seu texto quando desenha um retrato da
sociedade atual que supervaloriza, segundo seu livro, pessoas tidas como
extrovertidas, deixando ou relegando as demais introvertidas, ou forçando-as à
mudanças abruptas. Tais mudanças dar-se- iam por exemplo por meio de programas
televisivos onde certos tipos estereotipados como extrovertidos são
representados em grande parte da parte dos programas de grandes emissoras.
Outro adendo muito bem observado pela autora é o estimulo dessa introversão nas
escolas e no trabalho, de forma geral a principio, sendo que no primeiro caso
seriam os extrovertidos estudantes tidos como ideais e no segundo teríamos
trabalhadores ideais. Todavia a autora vai mostrando que esses argumentos são
falhos e excludentes, segundo seu obra mostra, pessoas tidas como introvertidas
cooperam com o todo à sua maneira e tempo, mas vivem num mundo onde é cada vez
mais perceptível "o ideal de extroversão". Para dar maior ênfase a
trabalho a autora se apóia nos tipos psicológicos estabelecidos na obra: tipos
psicológicos, do psicoterapeuta e psiquiatra suíço Carl Jung. Jung popularizou
os termos "introvertido e extrovertido", como pilares centrais da
personalidade. Outro ponto defendido pela autora é o de que Introversão é diferente
de timidez, sendo assim, uma pessoa introvertida não é necessariamente tímida.
Essa relação pode ser explicada da seguinte maneira: "Timidez é o medo da
desaprovação social e da humilhação, enquanto a introversão é a preferência por
ambientes que não sejam estimulantes demais", a autora nos dá um montante
de nomes de pessoas de grande destaque social em diversas áreas do conhecimento
que eram introvertidas, pelo menos não totalmente, ou como, falou Jung: não
eram pessoas sem extremos de introversão e extroversão. E segundo a autora
essas pessoas tem o melhor dos dois mundos, essas pessoas são chamadas na obra
de pessoas ambivalente!
Como é ser introvertido dentro de um/a
mundo/sociedade onde a colaboração tornou-se um conceito quase sagrado,
principalmente depois do advento da internet e dos modelos de trabalho
corporativo ? Essa é uma das questões propostas em meio a tantas outras no
texto, que se alternam mostrando- nos de forma ampla e variada, os aspectos onde
extroversão e introversão encaixando-se em nossas vidas. Um bom exemplo no
texto de como o excesso de estimulo pode atrapalhar são os modelos de
escritório aberto, mostrados e debatidos no texto como sendo o modelo preferido
de grandes empresas para melhor "estimular" sue empregados a produzir,
tendo por vezes o efeito contrario. Todavia, passamos a valorizar de forma
demasiada o poder da colaboração ou trabalho em grupo em vez do trabalho individual.
Sendo assim a autora nos mostra que devemos mesclar nossas interações, criando
ambientes/cenários onde as possamos nos sentir livres para circular, um caso
que se aplicaria bem às grandes empresas.
Na
seqüência de sua narrativa a autora dá mais exemplos pessoais , questionando-se
a respeito do advento do temperamento, ou seja, seria o temperamento
determinado pelo destino? E essa parte mostra-nos, uma vez mais, que essa é uma
obra pessoal. Para apoiar o capitulo a autora apoiou-se em Jerome Kegan,
especialista em psicologia do desenvolvimento, onde temos: natureza versus
criação no trabalho de J. Kegan. Esse autor trabalhou os padrões comportamentais emocionais mesmo em lactantes
jovens, para saber sua classificação dentro de inibidos ou não. Outros temas,
como dito anteriormente, foram levantados no texto, tais como: As origens
biológicas do comportamento humano e se as características são condicionadas ou não?. A autora mostra que os
estudos sobre seu tem não são deterministas ou conclusivos, mas ajudam a
compreender um pouco mais a introversão e extroversão, assim como outros
importantes traços da personalidade como a amabilidade e a consciência.
Bem,
a obra é muito bem escrita e gostei da abordagem que se deu para tratar de
introversão e extroversão, principalmente porque a autora é muito corajosa ao
se expor, deixarei alguns vídeos onde a autora fala de seu livro de forma muito
riqueza em detalhes, mostrando- nos toda a obra. Além de outros vídeos com a
participação do Professor J. Kagan. E para finalizar meu texto, gostaria que
assistissem à palestra que deixarei a respeito da obra, para que melhor possam
interagir com a mesma, pois ela deixa bem clara que não se explica mais as
coisas, introversão e extroversão, com indicações extremas e precisas de cada
individuo. Avalia ainda a autora que, ainda, existem aqueles com o melhor dos
dois mundos. Ou seja, pessoas não tem em si um "pureza", mas sim
misturas que talvez não se meça de forma tão precisa como se pretende hoje em
dia.
Seguindo o fim da palestra da autora deixo aqui
uma parte de sua fala:
1° Não trabalhe em grupo com tanta frequência,
procure suas próprias idéias.
2° Seja mais introspectivo.
3° Olhe para sua bagagem de vida e vejam o que
carregam.
Boa leitura a todos e muito obrigado.
Vídeos:
Susan Cain - O poder dos quietos
Experts in Emotion 15.1a -- Jerome Kagan on Temperament
The power of introverts
Vídeos:
Susan Cain - O poder dos quietos
Experts in Emotion 15.1a -- Jerome Kagan on Temperament
The power of introverts
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